Na noite...

Na noite...
Onde sempre te encontro, te sinto dentro de mim, oculto no silêncio e te revolvo das entranhas...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

That look


Linda, com esse teu sorrir tão místico, e esse teu olhar tão quente, e a maneira como te vejo esta noite...
Linda! nunca mudes! mantem esse teu ar de menina, deixa esse teu ar sereno te possuir pela noite...
Cai por terra o sentimento, a vida passa a ter o mesmo sentido de sempre e como o velho diz: continuas a aprender... É a pura verdade, é assim que nos damos e nunca é de mais...
Sorrio, sim sorrio como sempre, como me vez e como sempre serei, ínfimo em palavras mas com o rosto iluminado e misterioso. A descoberta sempre foi tão boa...
Perco-me em devaneios que te fazem relembrar que afinal, sempre seremos felizes, nem que seja por momentos... Como é doce sonhar e saber que qualquer sonho pode ser realidade, nem que seja por breves momentos...
...And the way you look tonight...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Fragmentos


"Escrevo, triste, no meu quarto quieto, sozinho como sempre tenho sido,
sozinho como sempre serei. E penso se a minha voz,
aparentemente tão pouca coisa, não encarna a substância de milhares de vozes,
a fome de dizerem-se de milhares de vidas, a paciência de milhões de almas
submissas como a minha ao destino quotidiano, ao sonho inútil,
à esperança sem vestígios.
Nestes momentos meu coração pulsa mais alto por minha consciência dele.
Vivo mais porque vivo maior.""Tudo me interessa e nada me prende.
Atendo a tudo sonhando sempre; fixo os mínimos gestos faciais de com quem falo,
recolho as entoações milimétricas dos seus dizeres expressos; mas ao ouvi-lo,
não o escuto, estou pensando noutra coisa, e o que menos colhi da conversa
foi a noção do que nela se disse, da minha parte ou da parte de com quem falei.
Assim, muitas vezes, repito a alguém o que já lhe repeti,
pergunto-lhe de novo aquilo a que ele já me respondeu;
mas posso descrever, em quatro palavras fotográficas,
o semblante muscular com que ele disse o que me não lembra,
ou a inclinação de ouvir com os olhos com que recebeu a narrativa
que me não recordava ter-lhe feito. Sou dois, e ambos têm a distância
- irmãos siameses que não estão pegados.
""E não sei o que sinto, não sei o que quero sentir,
não sei o que penso nem o que sou." "Não há sossego - e, ai de mim!, nem sequer há desejo de o ter.
""São as pessoas que habitualmente me cercam,
são as almas que, desconhecendo-me,
todos os dias me conhecem com o convívio e a fala,
que me põem na garganta do espírito o nó salivar do desgosto físico.
É a sordidez monótona da sua vida, paralela à exterioridade da minha,
é a sua consciência íntima de serem meus semelhantes,
que me veste o traje de forçado, me dá a cela de penitenciário, me faz apócrifo e mendigo."
Bernardo Soares, O Livro do Desassossego

ARIA III



SognoFolle amore!
Folle ebbrezza!
Chi la sottil carezza
D'un bacio cosi aredente
Mai ridir potrà?
Ah! mio sogno!
Ah! mia vita!
Che importa la ricchezza
Se alfine è rifiorita
La felicità!
O sogno d'or
Poter amar così!
In Inglish


Mad love!Mad happiness!
Who will ever be able again
To describe the light caress
Of a kiss so burning!Oh!
My dream!Oh! My life!
Who cares for wealth
If at last happiness flourishes!
Oh golden dream
To be able to love you this way!
(Puccini, La Rondine)